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Como Dorival superou dúvidas, venceu títulos e foi de "bombeiro" a técnico da Seleção em dois anos - Luziânia

Como Dorival superou dúvidas, venceu títulos e foi de “bombeiro” a técnico da Seleção em dois anos

Por Bruno Giufrida — São Paulo

“Chama o Dorival Júnior!”: a frase que passava pela cabeça de muito dirigente em meio a crises ficou para trás. Como um “bombeiro”, o agora técnico da seleção brasileira se acostumou a resolver problemas em elencos e colocá-los na briga por títulos ou pelo menos em boa fase. Foi assim no Flamengo, no Santos, no Ceará…

Em apenas dois anos, o rótulo já faz parte do passado. Do Ceará, desacreditado no início de 2022, à Seleção, valorizado no início de 2024.

É impossível olhar para os últimos trabalhos de Dorival Júnior e ainda ter dúvidas sobre a sua capacidade como treinador. Bicampeão da Copa do Brasil em 2022 e 2023 e campeão da Libertadores em 2022, o técnico deixou o São Paulo no último domingo para assumir o maior desafio de sua carreira: a seleção brasileira.

Mas nem sempre foi assim…

Dorival Júnior tem trabalhos marcantes em sua carreira por grandes clubes – além da passagem pelo São Caetano, por exemplo, que terminou com o vice-campeonato paulista de 2007. O Santos de 2010 ficou mundialmente conhecido por ter feito mais de 100 gols em menos de metade da temporada, com um futebol mágico comandado por Neymar e Ganso.

Depois disso, Dorival oscilou. Não conseguiu levar a Atlético-MG, Internacional, Flamengo, Vasco e Fluminense a mesma magia que tinha encantado a Vila Belmiro em 2010. Até que, para tentar reviver os melhores momentos de sua carreira, voltou ao Santos. Conquistou, em 2016, o Campeonato Paulista, ainda hoje o mais recente do clube, que acabou rebaixado à Série B em 2023.

Naquela ocasião, chegou ao Santos justamente como um “bombeiro”. A equipe não conseguia aproveitar os bons jogadores que tinha, como Gabigol, Ricardo Oliveira e Lucas Lima, e recorreu a Dorival Júnior para ser vice-campeão da Copa do Brasil de 2015 e campeão estadual no ano seguinte.

Em 2017, Dorival Júnior chegou ao São Paulo pela primeira vez. E assim como duas temporadas antes, no Santos, precisava apagar um incêndio gigantesco. O Tricolor brigava contra o primeiro rebaixamento de sua história. Estava na parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro, com muitas dificuldades.

Na reta final da temporada, Dorival Júnior comandou o São Paulo em apenas uma derrota nos últimos nove jogos do Brasileirão. Garantiu a permanência na Série A do ano seguinte, terminou 2017 na 13º colocação nacional, mas acabou demitido no início de 2018 por causa do desempenho ruim no Campeonato Paulista.

Naquele mesmo ano, Dorival Júnior atuou novamente como “bombeiro”. Depois de demitir Mauricio Barbieri, o Flamengo contratou o treinador e deu a ele um contrato curto, para comandar o time em apenas 12 jogos.

O que poucos esperavam, à época, é que Dorival Júnior entregaria o Flamengo na vice-liderança do Campeonato Brasileiro, com 24 pontos conquistados nas últimas 12 rodadas. Foram sete vitórias, três empates e duas derrotas. Só o Palmeiras fez mais do que os 72 pontos do Rubro-Negro naquela edição do Brasileirão.

Dorival Júnior em ação em 2018 — Foto: Douglas Magno/BP Filmes

Nada disso foi o suficiente para que Dorival Júnior convencesse o então novo presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, a mantê-lo para a temporada seguinte. A saída do Rubro-Negro coincidiu com uma pausa na carreira do treinador, principalmente por problemas de saúde. Dois anos depois, ele acertou com o Athletico.

Em Curitiba, porém, foram apenas 16 jogos até a demissão em 2020 e uma nova pausa na carreira.

O ano da mudança

Talvez sem imaginar o que estava por vir, em março de 2022 o técnico Dorival Júnior aceitou o convite para treinar o Ceará. Novamente depois de uma decepção anterior: o time tinha acabado de ser eliminado na Copa do Nordeste e demitir Tiago Nunes.

Depois da ida ao Vozão, Dorival Júnior não foi mais “bombeiro”. O bom trabalho no clube nordestino levou o treinador de volta ao Flamengo. Sob desconfiança pelo período sem títulos – o último havia sido em 2016, pelo Santos -, o técnico chegou ao Rubro-Negro com a sombra de Jorge Jesus, multicampeão em 2019 e espelho para todos os que passaram pelo clube nos anos seguintes.

Dorival Júnior anunciado pelo Ceará — Foto: Felipe Santos/Ceará

Mas Dorival Júnior superou as expectativas. Querido por torcedores e jogadores, levou o Flamengo aos títulos da Copa do Brasil e da Libertadores de 2022. Fez mudanças importantes no time titular, “inventou” os centroavantes Pedro e Gabigol juntos e ignorou Jorge Jesus.

Mas nem tudo isso foi, mais uma vez, o suficiente para convencer Rodolfo Landim a mantê-lo no cargo para a temporada seguinte. O rótulo de fazer o “feijão com arroz” pesou demais.

Já num outro patamar, o de campeão de Libertadores, Dorival Júnior chegou ao São Paulo em 2023. Não tinha mais o status de quem apagaria incêndios: desta vez, tinha a missão de ser campeão, apesar da baixa confiança da torcida no elenco. Mas ele conseguiu.

Com vitórias sobre os rivais Palmeiras e Corinthians, e sobre o mesmo Flamengo que o havia demitido meses antes, Dorival Júnior liderou o São Paulo ao seu primeiro título de Copa do Brasil. Ou seja, em dois anos o técnico teve dois títulos nacionais e um da Libertadores. Se antes era um “bombeiro”, virou realidade e subiu mais uma prateleira entre os treinadores brasileiros.

Os últimos bons trabalhos levaram Dorival Júnior à realização de um sonho: nos últimos dias, foi convidado para trabalhar na seleção brasileira na briga por uma vaga na Copa do Mundo de 2026. Ele aceitou. Deixou o São Paulo, mas mostrou, mais uma vez, que é uma realidade entre os técnicos do futebol nacional.

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