Morre quinto paciente com Covid-19 após problema no sistema de oxigênio do Hcamp de Porangatu - Luziânia

Além dele, outros três idosos já tinham falecido após serem transferidos para Uruaçu, no norte de Goiás. Um quinto paciente veio a óbito ainda no Hcamp, antes de ser transferido. A Polícia Civil está investigando a causa das mortes e se elas estão ligadas aos problemas na rede elétrica e equipamento de oxigênio.

A administração municipal disse que na terça-feira foi feito uma vistoria técnica, concluindo que “os leitos de UTI se encontram em plena operação e já recebendo pacientes”.

No domingo (11), uma árvore caiu sobre a rede elétrica e derrubou dois postes. “Essa árvore comprometeu toda a parte elétrica. O hospital de campanha ficou sem energia e, com isso, foi acionado o gerador e ele aciona o compressor da rede de gases. Esse compressor teve um problema pela carga excessiva de energia”, disse o secretário de Saúde de Porangatu, Rafael Miguel.

Com essa falha no equipamento, foi acionado um sistema de segurança, que passou a fornecer oxigênio de forma normal, segundo a unidade. “Em momento algum faltou energia, medicamento ou oxigênio aos pacientes em atendimento”, disse a prefeitura, em nota.

Por questão de segurança, os pacientes foram transferidos em ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros para Uruaçu. Elas foram escoltadas pela Polícia Rodoviária Federal. Os veículos foram abastecidos com cilindros de oxigênio.

A Polícia Civil investiga o caso e testemunhas já começaram a ser ouvidas. “Há a possibilidade de que essas vítimas tenham chegado a falecer quando foi realizado a tentativa de transferência. No hospital [de Porangatu], ao que tudo indica, havia oxigênio fornecido pelo sistema de emergência da unidade. Apesar de haver problema no compressor, o oxigênio fornecido aos pacientes continuou”, explicou o delegado Luciano Santos da Silva.

Agora, as investigações querem apurar se, durante o processo de transferência, ao fazer a intubação dos paciente e transporte, o quadro clínico deles se agravou. Também será apurado se o equipamento que apresentou problema recebia a devida manutenção.

“Houve um problema no compressor que gera o oxigênio medicinal e foram acionados os cilindros reservas e eles eram insuficientes para ficar muito tempo. Ao que tudo indica, a equipe médica, prevendo o desabastecimento, decidiu fazer a transferência desses pacientes. Esses óbitos podem estar relacionados à transferência”, disse o delegado.

O responsável disse que a correia do compressor, que apresentou problema quando o equipamento foi acionado, foi encaminhado para a perícia. Uma das suspeitas é que o item não era o adequado para ser utilizado.

“Se a polícia detectar que houve uma falha de manutenção, um descuido ou omissão por parte da gestão, inevitavelmente vai haver responsabilização das pessoas que deveria fazer a manutenção, se fosse o caso”, completou.